quinta-feira, 13 de setembro de 2012

"FÉ E POLITICA"

Hoje 13 de Setembro, dia de celebrar o nascimento de Dom Franco. Setembro é também mês da Bíblia. Biblia, palavra de Deus que orienta nossa vida e nossa missão. Dom Franco foi um grande apaixonado pela Palavra,  e inspirado Nela tinha palavras sábias para todas as ocasiões.
Assim, como estamos no mês que antecede às eleições municipais em todo o Brasil partilharemos com vocês,  trechos de  seu artigo “ Fé e Política”  publicado no boletim informativo “NOSSA PASTORAL” , da Diocese de Balsas.

“ OPECADO ORIGINAL DA POLITICA
Já falamos muitas vezes sobre política. Vale a pena conversar ainda mais um pouco...
...Observamos com satisfação que, em alguns municípios, o povo está se organizando, reivindicando uma maior transparência administrativa e participação de base...
Há exemplos positivos de administrações municipais abertas ao diálogo e às parcerias com a sociedade civil, inclusive com a Igreja católica. Há algo novo que está nascendo!
Mas há ainda muito caminho a percorrer. Sobretudo o que atrapalha é o permanecer do antigo PECADO ORIGINAL de nossa POLITICA: O PÚBLICO A SERVIÇO DO PRIVADO.
Isso acontece porque quem ganha as eleições, freqüentemente, se sente dono do município, no direito de favorecer os amigos e afastar os adversários, sem preocupar-se com a transparência e a participação popular.
A escolha dos responsáveis dos cargos políticos, em muitos casos, mais do que sobre o critério da competência, é baseada sobre o critério do clientelismo ou é condicionada pela preocupação de recompensar quem trabalhou na campanha e de favorecer interesses particulares ou corporativos. Obras da administração pública são freqüentemente utilizadas como instrumentos de propaganda.

CLIMA PESADO
É inevitável que, em tudo isso, sobretudo nos municípios pequenos, nasça intrigas, polêmicas, vinganças. O povo se divide.
Quem perde as eleições se sente excluído e chega a desejar o fracasso administrativo de quem está no poder, mesmo que isso prejudique o povo.
Parece se repetir aquela velha história do gênio da lâmpada que prometeu a um fulano que realizaria um seu pedido, com a condição de dar em dobre ao inimigo dele. E o fulano pediu  que lhe fosse furado um olho. É lamentável! O prejuízo é de todos.
Neste clima é difícil ter uma atitude de diálogo, de escuta da base, de aceitação das críticas construtivas.
Para muitos administradores, é mais importante manter uma política populista, de pequenos favores e de assistencialismo, do que promover um projeto político de longo prazo, que favoreça novas estruturas, novas formas de emprego, uma vida digna para todos, uma atenção aos pobres, não como objeto de esmolas, mas como sujeitos protagonistas duma nova história. Procura-se o que dá popularidade imediata mais do que a bem verdadeiro e duradouro do povo..
Considera-se que dá mais resultado político iludir o povo, sobretudo os jovens, com festas e bebidas, do que ter uma política austera de educação aos valores.
È evidente que não se pode reduzir tudo a este plano do pecado original. Tem tantas coisas boas. Há sempre pessoas empenhadas em boa fé para cumprir com honestidade suas obrigações. Mas é evidente também que o permanecer em muitas prefeituras deste pecado original, condiciona tudo e é causa de que, em nosso Maranhão, haja os piores indicadores sociais, apesar de ter grandes potencialidades.
É uma cultura política que ainda deve mudar.

E OS CRISTÃOS?
Infelizmente, os cristãos que se comprometem na política entram freqüentemente na lógica de todo mundo e se deixam atrair mais pela pertença a um grupo político do que pelos critérios evangélicos, pois a política ainda não foi evangelizada.
Quando se trata de lideranças cristãs engajadas na política é fácil que nasçam divisões na comunidade cristã e se queimem amizades na fogueira da paixão política. É a presença devastadora do pecado social na comunidade cristã. Surgem acusações recíprocas  em que até iniciativas contra a corrupção são encaradas como apoio ao “outro lado”.
Em alguns lugares há queixas contra os padres e irmãs por terem um comportamento partidário, mas não conheço casos de alguém que se queixe porque o padre ou a irmã está do próprio lado político. Assim as comunidades ficam fragilizadas. Depois de cada eleição aparecem feridas que é difícil curar.
Não se pode continuar assim.

O QUE FAZER ENTÃO?
Acho que uma primeira coisa é o diálogo sincero. Na comunidade cristã não podemos julgar as intenções, nos intrigar, recusar de conversar por causa das diferenças políticas. Ao mesmo tempo não devemos fazer de conta que é inevitável que haja divisões,  que é só esperar que o tempo apague os conflitos e cure as feridas. A palavra de Deus deve nos orientar: “portanto, se você for até o altar para levar a sua oferta, e aí se lembrar que o seu irmão tem alguma coisa contra você, deixe a sua oferta aí diante do altar, e vá primeiro fazer as pazes com seu irmão; depois, volte para apresentar a oferta.” (Mt 5, 23-24)
Corremos o risco de ter liturgias vazias e comunidade frias se não trabalharmos mais este diálogo sincero, franco e respeitoso, aliás, eu acho que este diálogo deve se realizar também através do discernimento comunitário, sobretudo através dos conselhos de comunidade e paroquial. Dentro do diálogo desejo também sinalizar a importância de propor um acompanhamento espiritual aos cristãos que exercem funções no campo da política e da administração pública para que se sintam ajudadas a sintonizar com o evangelho suas atitudes e comportamentos. Infelizmente poucos tem  a humildade de acolher esta proposta. Outro ponto que considero importante é a promoção de encontros e cursos de formação social...
...devemos sempre lembrar que não é tarefa da equipe paroquial derrubar políticos corruptos, mas é missão da instituição eclesial conscientizar o povo para que ele derrube políticos corruptos, derrote as politicagens e crie condições para uma democracia sadia e uma política libertadora...”

Quem deseja ler o artigo de Dom Franco por inteiro pode procurar o Boletim “NOSSA PASTORAL” Ano 2005 – Nº 61 – Meses Março/Abril.

sábado, 8 de setembro de 2012

IL FLAUTO UNVECE DEL BASTONE


Dia 17 de setembro 2012 - 6ª páscoa de Dom Franco Masserdotti, será lançado na Italia, na cidade de Trento,  o livro IL FLAUTO INVECE DEL BASTONE.
O livro já está sendo traduzido para a lingua portuguesa e em breve será lançado aqui no Brasil.
Aguardemos!!